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I Jornadas sobre a Perda Gestacional

O Amor para além da Lua estará presente nas I Jornadas sobre a Perda Gestacional: reconhecer, cuidar e ressignificar, que decorrem entre os dias 21 e 22 de maio, no Auditório da Junta de Freguesia de Moreira da Maia.

As inscrições estão abertas.

Experienciada por inúmeros casais, mas falada por poucos, a Perda Gestacional é um tema pouco reconhecido socialmente, desvalorizado e muitas vezes silenciado. É um caminho longo que necessita de ser acolhido, apoiado e partilhado. Existe um longo percurso a fazer no cuidado mais empático e humanizado aos casais.

As Jornadas sobre a Perda Gestacional têm como objetivos refletir sobre as práticas profissionais, aprofundar conhecimentos na área, partilhar experiências e divulgar projetos e apoios existentes relativos à Perda Gestacional.

O objetivo principal é chamar a atenção de profissionais e da comunidade, dando voz a uma temática tão importante, mas tantas vezes desvalorizada.

Ver programa das jornadas

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Apoio psicológico Artigos de Autor | Especialistas

Ser psicólogo e a importância de o ser

Ao pensarmos em Psicologia e o que é a Psicologia conseguimos pensar em vários conceitos, como por exemplo, a Psicologia é o estudo da Mente ou a Psicologia é o estudo do Comportamento. Ao longo dos anos, a definição de Psicologia tem variado consoante os estudos de vários autores. Posto isto, podemos dizer que a Psicologia é o estudo de todos os aspetos do comportamento e dos processos mentais, que estão
sempre interligados, ou seja, a Psicologia estuda a mente do Ser Humano e como isso afeta os seus comportamentos desde o seu desenvolvimento infantil até à terceira idade.

Importa referir que a palavra Psicologia surge do grego psico- alma ou atividade mental e logía- estudo. A Psicologia divide-se em algumas áreas de intervenção: Psicologia Clínica; Neuropsicologia; Psicologia Infantil; Psicologia Forense; Psicologia Social e Psicologia do Desenvolvimento.

O que é ser psicólogo?

Não existe uma definição concreta do que é ser psicólogo. Podemos, contudo, referir que é uma profissão de grande responsabilidade. O psicólogo, perante a sua formação científica, analisa e trata as questões internas dos seus pacientes, como por exemplo, situações de luto, traumas, frustrações, medos, entre outros, atuando de forma neutra e imparcial, com o objetivo de ajudar o desenvolvimento dos seus pacientes através das
mudanças de crenças e comportamentos nocivos.

Quais os benefícios do acompanhamento psicológico?

Os benefícios do acompanhamento psicológico são vários, como por exemplo:

Ajuda:

  • no autoconhecimento;
  • a melhorar os relacionamentos interpessoais;
  • na concretização do luto;
  • a reconhecer e resolver traumas do passado;
  • na gestão emocional;
  • a melhorar os relacionamentos interpessoais;
  • as pessoas a conseguir exprimir-se sem existir restrições;

É importante referir, que todos os psicólogos que estejam a exercer encontram-se referenciados no diretório da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Desta forma, qualquer pessoa pode pesquisar, através do nome ou número de cédula profissional.

Deixo uma mensagem a todos os colegas:

Ser psicólogo é ser algo mais que o próprio nome indica, é conseguir abraçar os problemas dos nossos pacientes, é conseguir ser luz para muitas das pessoas que recorrem aos nossos serviços. Parabéns, parabéns a nós neste dia e em todos os restantes do ano.
A Psicologia é para os Psicólogos.

Sobre a autora:

É Psicóloga Clínica e da Saúde, membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses – Cédula Profissional 024758.

Licenciada em Psicologia e Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique, no Porto. Pós-Graduada em Intervenção Multidisciplinar em Perturbações do Espetro do Autismo pelo Instituto CRIAP. Formadora, tendo adquirido o Certificado de Competências Pedagógicas pelo Instituto CRIAP.

Tem uma parceria com o Amor para além da lua, participando nas atividades que realizamos presenciais e online.

Procura apoio psicológico referente à Perda Gestacional/Neonatal?

Consulte a nossa lista de psicólogos especializados em luto e nesta área em particular.

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Informação útil Perda gestacional

Luto gestacional: direitos e faltas justificadas

luto gestacional

Em abril de 2023, foi reconhecido o luto gestacional e o direito a faltar ao trabalho, seja pela mãe ou pelo pai. Aplica-se a casos de perda gestacional não abrangidos no âmbito da interrupção médica da gravidez ou subsídio parental.

Assim, para quem, infelizmente, passa, por exemplo, por uma perda gestacional precoce, faltar ao trabalho até 3 dias consecutivos.

Para o parceiro(a), existe agora um tempo (ainda que possa ser pouco) que antes não existia. Poderá faltar ao trabalho, até 3 dias consecutivos, quando se verifique o gozo da licença por interrupção da gravidez ou a falta por motivo de luto gestacional.

Esta ausência não determina a perda de quaisquer direitos e é considerada como prestação efetiva de trabalho.

Luto gestacional: como beneficiar dos seus direitos

Para beneficiarem deste direito, tanto a trabalhadora e/ou o trabalhador têm que informar os respetivos empregadores. Devem apresentar, logo que possível, prova comprovativa da morte do bebé durante a gestação. São exemplos: declaração de estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde, ou ainda atestado médico.

Mais dias e equiparação à perda gestacional/neonatal

Também relativamente ao luto gestacional, o regime de faltas do Código do Trabalho contempla outras importantes alterações.

No artigo 251º do Código de Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, refere que o familiar tem direito a faltar “até vinte dias consecutivos, por falecimento de parente que seja descendente no 1.º grau na linha reta ou por perda gestacional.” Este direito aplica-se a ambos os progenitores.

Pode usar este tempo no processo de luto – que não é linear, de várias formas e como meio de homenagem ao seu bebé. Embora possam parecer poucos dias, já é um pequeno passo para o reconhecimento do luto gestacional, para o reconhecimento de uma perda que, mesmo acontecendo cedo na gravidez, é sempre a perda de um filho.

Na nossa página temos também um artigo com informações úteis sobre subsídios, direitos e licenças no âmbito da perda gestacional e neonatal.

Procure ajuda, se precisar. E, da nossa parte, já sabe, estamos aqui.

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Ajuda prática Informação útil

Profissionais de saúde sensíveis à perda gestacional e neonatal

Ginecologia e Obstetrícia

Após a perda de um filho(s), e dependendo da experiência de cada um, pode ser muito difícil confiar num obstetra, ou em quem nos acompanha numa gravidez pós-perda. A pensar nisso, compilamos neste artigo uma listagem de profissionais de saúde sensíveis à perda gestacional e neonatal que nos vão sendo recomendados por outras mamãs que com eles lidaram na sua jornada de gravidez pós-perda.

Seja para exames para investigar a causa da morte do bebé ou para preparar e seguir uma nova gravidez e tudo fazer para evitar uma nova perda ter do nosso lado profissionais de saúde sensíveis à perda gestacional e neonatal faz toda a diferença (física ou psicologicamente!).

Assim, esperamos que esta listagem, por zonas do país, vos possa, de alguma forma, ajudar:

Porto e Norte

  • Dr. Pedro Xavier – Ginecologia/Obstetrícia, Medicina da Reprodução, Hospital de São João
  • Dr. Joaquim Gonçalves – Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Lusíadas da Boavista
  • Dr. António Braga – Obstetrícia, Medicina Materno Fetal Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Dr. Gonçalo Inocêncio – Obstetrícia, Medicina Materno Fetal Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto
  • Dr. Joaquim Rodrigo – Ginecologia/Obstetrícia, Hospital da Luz de Póvoa do Varzim
  • Dr.ª Cátia Lia Abreu – Ginecologia/Obstetrícia, Trofa Saúde Barcelos e Hospital de Braga

Lisboa e Sul

  • Dr. Jorge Lima – Ginecologia/Obstetrícia, Hospital da Luz Lisboa
  • Dr.ª Filipa Dias Lourenço – Ginecologia/Obstetrícia, CUF Descobertas e Alvalade
  • Dr.ª Filipa Teles – Essence Prime Care
  • Dr. Miguel Raimundo – Ginecologia/Obstetrícia, Hospital da Luz Setúbal
  • Dr.ª Ana Beatriz Godinho, Ginecologia/Obstetrícia, Consultório Médico Dr. Salvado Godinho, Setúbal
  • Dra. Lara Caseiro, Hospital da Luz, Évora

Caso tenha algum profissional que gostava de acrescentar por uma experiência positiva, por favor entre em contacto. Obrigada.

Por favor, note que esta lista está em constante construção e é feita de recomendação de famílias que passaram por perdas e seguiram para gravidezes pós-perda. Desta forma, não nos responsabilizamos pela sua experiência, mas esperamos que receba o apoio que merece e precisa.

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Ajuda prática Perda gestacional

Caixas de memória: projeto de apoio à perda gestacional

O nosso objetivo é conseguir fundos para adquirir e oferecer caixas de memória a mães e pais de colo vazio. Em Portugal, infelizmente, não há a tradição de oferta destas caixas como em países como Inglaterra ou Espanha. E é precisamente no trabalho de várias associações desses países que nos inspiramos nesta missão que também pretende sensibilizar a sociedade e os profissionais de saúde para este tema.

O que é e o que contém uma caixa de memória? Uma caixa de memória é uma caixa de recordações do bebé. Já existem à venda para bebés que saem de uma gravidez com final feliz: há um saquinho para o primeiro cabelo do bebé, para fotografias e outros registos. Mas e quando não corre bem?

Poder guardar memórias é uma forma de ajudar pais e mães a fazerem o seu luto e terem um espaço de homenagem e onde podem recordar o seu filho(a).

Caixas de memória: o nosso projeto de apoio à perda gestacional

O objetivo inicial é montar pelo menos 25 caixas de memória e entrega-las pessoalmente e, tanto quanto possível, a hospitais e maternidades.

Para isso lançámos uma campanha de crowdfunding que ainda está a decorrer.

O que contêm as caixas de memória?

Geralmente contêm dois peluches, um para os pais e outro que pode ficar com o bebé, duas mantinhas, uma vela, um certificado de vida (para registo do nome, data de nascimento e peso), um caderno e caneta para poder escrever cartas ao seu bebé, um livro para bebés, uma moldura para foto e uma folha para guardar as impressões das mãos e dos pés do bebé.

Para quem se dirige esta iniciativa?

Esta iniciativa destina-se aos casais que passaram por uma perda gestacional ou neonatal para que possam recolher e guardar memórias dos seus bebés sobretudo no hospital. Para quem não tenha tido possibilidade de guardar memórias no hospital, pensamos também em caixas de memória que ajudem no processo de luto para com aquele bebé.

Como nos pode ajudar?

  • Doar um valor na campanha de crowdfunding (cada euro faz a diferença!)
  • Doar itens para as nossas caixinhas; Fale connosco!
  • Partilhar este projeto e campanha!

Muito obrigada!

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Apoio psicológico Artigos de Autor | Especialistas Perda gestacional

A perda gestacional e neonatal e a perturbação de pânico

Suzy Pinho Pereira

Psicóloga Clínica e da Saúde
Gabinete de Psicologia SPP

A perda de um filho durante a gravidez, gestacional, ou à nascença, neonatal, independentemente de ser num período precoce ou tardio, origina um dos lutos mais complexos e, infelizmente, com pouca validação social. Isto acontece devido à pouca compreensão, perante a sociedade, da vinculação que é criada, entre pais e bebé, durante a gestação. Vários estudos referem que o luto de uma perda gestacional não se foca só perante a perda do bebé desejado, mas também com a perda das expectativas criadas antes e após a conceção.

Importa salientar que, após uma perda gestacional, se o luto persistir por muito tempo poderá desencadear crises de ansiedade, stress pós-traumático ou perturbação depressiva até alguns meses após a perda, e, além disso, a adaptação psicológica a uma nova gravidez é afetada. 

Perturbação de Pânico: o que é?

A perturbação de pânico encontra-se inserida nas perturbações de ansiedade que partilham entre si uma série de características de medo e ansiedade excessivos e alterações do comportamento. Deste modo, é importante distinguir estes dois conceitos: o medo é uma resposta emocional a uma ameaça iminente que tanto pode ser real como percebida, a ansiedade, por sua vez, é a antecipação de uma ameaça futura. 

A perturbação de pânico refere-se a uma condição psicopatológica caracterizada por ansiedade, designadamente, episódios recorrentes de ataques de pânico. 

Os ataques de pânico são considerados episódios breves de início súbito e com um pico de intensidade em alguns minutos, sendo caracterizados por uma sensação de angústia, ansiedade e/ ou medo extremos, acompanhados por sintomas físicos, comportamentais, emocionais e cognitivos, tais como:

  • desconforto ou dor no peito;
  • sensação de falta de ar, asfixia ou dificuldade em respirar;
  • vertigens;
  • suores;
  • tremores;
  • sensações de frio ou de calor;
  • náuseas ou mal-estar abdominal; 
  • sensação de desmaio;
  • sensações de entorpecimento ou formigueiro;
  • palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;
  • sensações de irrealidade ou de se sentir fora de si;
  • medo de perder o controlo ou de enlouquecer;
  • medo de morrer. 
ataques de pânico

Tipos de ataques de pânico

Os ataques de pânico podem ser esperados, quando alguém que tem uma fobia, por exemplo, de cobras, e ao ver uma cobra irá ter um ataque de pânico; mas também podem ser considerados inesperados pois ocorrem de forma espontânea, sem nenhum gatilho presente, como é o caso de um ataque de pânico noturno, que se caracteriza por acordar num estado de pânico.

Estes ataques destacam-se entre as perturbações de ansiedade como um tipo particular de resposta ao medo. Porém estes não estão limitados às perturbações de ansiedade, podendo muitas vezes ser observados noutras perturbações mentais. 

A Perturbação de Pânico também é caracterizada pela preocupação persistente com a possibilidade de novos ataques de pânico e com as suas consequências que são percebidas como catastróficas. Alguns exemplos de consequências temidas são: desenvolver uma doença cardíaca ou outra, não receber ajuda ou o impacto social negativo. 

Esta perturbação tem início no final da adolescência ou no princípio da idade adulta, estando tipicamente associada a um período com um pico de stress. A sua prevalência varia entre 1,5% e 3,5% da população. 

Já o stress pós-traumático é uma perturbação mental que se pode desenvolver em resposta à exposição a um evento traumático, como pode ser o caso de uma perda gestacional/neonatal, de um acidente de viação, de guerra, de agressão sexual, doença, morte. dos sintomas vivenciados nesta perturbação são os ataques de pânico.

Se reconhecer algum destes sintomas ou sinais em si ou em alguém próximo de si procure ajuda: um psicólogo pode ajudar. 

Suzy Pinho Pereira

Referências: 

American Psychiatric Association (2014). DSM V: Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (5ª Ed.). Lisboa: Climepsi Editores.

Gabriel, S., Paulino, M., & Baptista, T. (2021). Luto Manual de Intervenção Psicológica. Lisboa: Pactor 

Gilbert, P., & Allan, S. (1994). Assertiveness, submissiveness behaviour and social comparison.
British Journal of Clinical Psychology, 33, 295-306.

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Ajuda prática Família e Amigos Gravidez pós-perda Perda gestacional

Anunciar uma gravidez a alguém que perdeu um bebé

anunciar a gravidez a alguém que perdeu um bebé

Uma das conversas mais desafiantes que se pode ter com uma família que perdeu um bebé é anunciar uma gravidez a esses pais. De repente, pensamos no que vamos dizer, como o vamos fazer e quando iremos partilhar. Não é fácil anunciar uma gravidez a alguém que perdeu um bebé e, a pensar nisso, decidimos escrever este artigo.

Saiba que são sentimentos semelhantes. Quer sejamos pais que tenhamos perdido filhos, quer sejam amigos ou familiares que nunca passaram por uma perda, há um receio em contar, um medo de magoar os pais, anunciando algo que, infelizmente, para eles não correu bem, um lembrar do que aconteceu que poderá trazer tristeza.

Deste modo, a pensar nas famílias cujos bebés morreram ou que batalham a infertilidade, esperamos que estes conselhos ajudem a dar esta notícia, que poderá sentir ser agridoce, da forma mais sensível possível.

Assim, a primeira coisa que gostaríamos de dizer é: conte-nos… sempre. Não tenha medo, se há alguém que vai estar ansiosa à espera que corra tudo bem e a enviar energias positivas somos nós, pais que sabem o que é vir para casa de braços vazios É que, apesar de ser algo solitário, que sabemos que acontece e estarmos preparadas para acolher, ninguém vai fazer de cheerleader melhor que nós. Nós queremos esse bebé aqui, vivo e saudável, tanto como os pais e não nos contar, com medo que nos magoe, só vai agravar o sentimento de isolamento que sentimos.

No entanto, temos plena consciência que é um tema difícil e esperamos que os próximos conselhos ajudem.

Como anunciar a gravidez a alguém que perdeu o bebé

Se puder, avise-nos antes de publicar nas redes sociais

Claro que isto depende do nível de intimidade e amizade que tem com a pessoa – esta lista é a pensar em pessoas próximas, envolvidas na nossa vida. Por isso, antes de anunciar ao mundo, avise-nos. Não é por mal, mas, dependendo de onde estamos no nosso luto, ver publicações destas podem tornar o nosso estômago num nó. É involuntário, mas depararmo-nos com estas publicações, desta forma abrupta, faz-nos pensar no que perdemos, podendo deixar-nos fragilizadas. Assim, saber de antemão vai oferecer a oportunidade para nos prepararmos ou evitarmos ver essa publicação.

Se puder, evite fazê-lo cara a cara

Pode soar estranho e é de louvar a honestidade de uma conversa assim. Mas considere que nos vai pôr no foco – quando ouvimos uma notícia destas podemos, mesmo sem querer, ser assaltados por emoções desconfortáveis. Então, temos de processar e reagir rapidamente e esta digestão acelerada e podemos dizer ou fazer algo que o vai magoar por não mostrarmos o entusiasmo adequado (e sim…esta é uma preocupação válida!).

Envie uma mensagem

Nós sabemos: parece uma forma impessoal de dar notícias tão grandes. Mas permite-nos processar a informação, pôr em ordem sentimentos difíceis e compor uma resposta apropriada (ou até preparamo-nos para uma chamada celebratória).

Dê-nos tempo

Não leve a mal se demorarmos a responder. Afinal, precisamos de tempo para processar. Saibam que estamos felizes por vocês mas, ao mesmo tempo, incrivelmente tristes por nós, seja porque a perda foi recente, ainda deveríamos estar grávidas ou estejamos a tentar novamente sem sucesso.

Não leve a mal os nossos novos limites

Podemos não conseguir acompanhar a vossa jornada na maternidade. Chás de bebé, festas de revelação de género ou até compras para bebé podem ser experiências dolorosas para pais que perderam um filho. Não se ofenda: apenas estamos a proteger-nos e a não tornar esta vossa fase feliz mais sombria por nossa causa.

Prometemos que estamos felizes por vocês, mas também estamos incrivelmente tristes por nós

Apesar de tudo o que os pais de colo vazio possam estar a sentir, lembre-se que esta é uma fase lindíssima e feliz para si. Poderá notar que estes pais se retraem mais em eventos sociais, mas uma vez que processem o que está a acontecer, vão querer estar envolvidos na sua vida. Não deixe de os convidar mesmo que eles digam que não. O importante é manter o espaço aberto para acolher, apoiar e abraçar quando for a altura.

E obrigada por terem os nossos sentimentos em consideração!

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Apoio médico Perda gestacional Perda precoce

Gravidez ectópica: dos sintomas às causas

gravidez ectópica

Uma gravidez ectópica é uma das causas de perda gestacional no 1º trimestre de gravidez. Se passou ou está a passar por uma gravidez ectópica, lamentamos imenso. Procuraremos, neste artigo, apresentar o máximo de informação sobre sintomas, causas, tratamento, e cuidados. 

A gravidez ectópica é caracterizada pela implantação e desenvolvimento do embrião fora do útero, podendo acontecer nas trompas, ovário, colo do útero, cavidade abdominal ou cérvix. A forma mais comum é a tubária, que ocorre dentro das trompas de Falópio. Como sintomas podem surgir uma forte dor abdominal e um substancial sangramento vaginal, sobretudo no 1º trimestre. Se sentir algum destes sintomas, deve contactar de imediato o seu médico. 

Causas e tratamento da gravidez ectópica

Esta é uma situação muito delicada e é importante perceber em que local se encontra o embrião através de uma ecografia. Desta forma, é possível determinar qual o tratamento mais adequado. 

A gravidez ectópica é uma situação pouco frequente. Gestações fora do útero correspondem a cerca de 1 a 2% de todas as gravidezes. No entanto, há causas que estão muito associadas a este tipo de gravidez, como alterações na tuba uterina, gravidez ectópica anterior, histórico de endometriose, doença inflamatória pélvica anterior, uso do DIU (que raramente falha, mas quando ocorre o risco de gravidez tubária é muito elevado), entre outras. 

Se não for tratada, a gravidez ectópica pode representar risco de morte para a mãe, por isso é importante que seja detetada o quanto antes. Sabemos que é triste e que é estranho pensar no termo “tratamento” associado a uma gravidez, mas infelizmente, nestes casos, não há nada que se possa fazer a não ser cuidar de si. 

Existem dois tipos de tratamento: cirúrgico ou medicamentoso. Se for diagnosticada precocemente, é possível tomar um medicamento que impede o desenvolvimento do embrião. Nesse caso, será como um aborto.

O tratamento cirúrgico consiste na retirada do embrião e da trompa, o que pode ter de acontecer em caso de rutura de trompa. No caso de haver a necessidade de laquear uma trompa de Falópio, as probabilidades de engravidar novamente diminuem cerca de 50%, sendo que após a existência de uma gravidez ectópica, há ainda cerca de 15% a 20% de probabilidade de vir a ter outra.

Como prevenir?

Infelizmente é muito difícil de prevenir, pois a grande maioria deste tipo de gravidez surge em mulheres sem fatores de risco conhecidos. No entanto, a maioria das gravidez ectópicas são casos únicos. 

Após o tratamento da gravidez ectópica

Seguem-se consultas de acompanhamento. Os exames e testes que vai precisar vão depender do tipo de tratamento que seguir. Se o tratamento foi medicamentoso, deverá, por norma, esperar três meses antes de voltar a engravidar. Normalmente, é recomendado esperar, nestes casos, dois ciclos menstruais antes de voltar a tentar, o que também pode ajudar a processar o que aconteceu e a fazer o seu luto. 

Uma gravidez deste género é sempre uma perda gestacional. Por favor, faça o seu luto e não carregue esta dor sozinha. Procure ajuda, sempre que precisar! Seja ajuda médica ou psicológica. 

Após uma gravidez ectópica, é fundamental que a primeira ecografia de uma gravidez seguinte seja realizada um pouco antes do normal, por volta das sete semanas.

Fontes consultadas:

Pumpkin – Gravidez ectópica: o que é, quais os sintomas e o que fazer

Mãe me quer – Gravidez ectópica: o que é, causas e tratamento

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Como lidar com o Natal após a perda gestacional

natal e perda gestacional

O Natal é uma época particularmente difícil para quem está a passar ou passou, recentemente, por uma perda gestacional ou neonatal.  Neste artigo, procuramos dar alguns conselhos sobre como lidar com o Natal após uma perda gestacional ou neonatal. 

No primeiro ano, imaginamos como seria o nosso bebé. Imaginamos como seria o seu primeiro Natal connosco. A tristeza e a saudade são mais fortes, pelo que é normal sentirmo-nos mais frágeis nessa época. 

Estivemos à conversa com a psicóloga Suzy Pinho Pereira, com um direto, na nossa página do instagram e que aqui integramos, pela sua importância. 

Como lidar com o Natal após uma perda gestacional ou neonatal:

Em resumo, algumas ideias: 

Como incluir, se quiser, o seu bebé:

  • acenda uma vela na mesa da consoada;
  • coloque ornamentos com o nome do seu filho(a) na árvore de Natal (algumas ideias aqui).
  • fale do seu bebé e inclua-o nas conversas com amigos e família (se sentir abertura para tal). 

Pode ainda:

  • Escrever um postal de Natal para o seu bebé. 
  • Fazer um donativo em homenagem ao seu bebé (por exemplo a uma criança da mesma idade que teria o seu filho/a).

Mas, também pode, se não se sentir bem, não celebrar o Natal. Se a perda for muito recente e, juntamente com o seu companheiro, não quiserem celebrar, avisem a família. 

Honestidade e assertividade à mesa no Natal

Na conversa com a Suzy, abordamos ainda outras possibilidades de encarar o Natal após uma perda gestacional ou neonatal. Se há quem sinta necessidade de falar no bebé, há quem, por outro lado, prefira não o fazer, por exemplo, por ainda ser muito recente/doloroso. 

É perfeitamente válido e normal. Aliás, é importante, diz-nos a Suzy, sermos honestos e assertivos e podemos consegui-lo sem sermos indelicados. Afinal, quem nos ama quer ver-nos bem e deve respeitar a nossa dor. 

No Natal após a perda gestacional, é também importante sensibilizar amigos e familiares para o que devem ou não dizer, especialmente numa altura como esta. Lembrar e incluir o bebé é reconhecer que ele existiu e que gostamos dele. Podemos não estar a oferecer-lhes uma tão desejada primeira prenda, mas podemos presentear os pais. 

Recordamos que, também na época de Natal, estão disponíveis várias linhas de apoio psicológico. Não está, nem estará sozinha!

Todos os conselhos sobre lidar com o Natal após a perda gestacional ou neonatal:

Assistam aqui ao vídeo completo:

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Incluir os irmãos após a perda gestacional

Apoio para os mais pequeninos

Um dos momentos mais bonitos de uma gravidez é contar aos filhos que se tem, que vem aí um bebé. Um irmãozinho ou irmãzinha. Mas, quando eles não vêm para casa, há conversas delicadas a ter com esses filhos.

Dependendo da idade, pode haver mais ou menos compreensão do que aconteceu. No entanto, percebemos que as crianças expressam a sua dor ou emoções de forma diferente.

A pensar nisto, fizemos uns desenhos para colorir, como forma de incluir o bebé que perdeu na vida dos seus filhos.

Com a chegada das festas, estes são de tema natalício. Esperamos que gostem.

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