Senti que tinha que deixar isto escrito antes do meu filho nascer!
E prometo um dia escrever-vos a história do nosso caminho até aqui…
Estou talvez a dias ou horas de conhecer aquele que foi o meu/nosso sonho durante muitos anos, desejar tanto um filho e não conseguir… Um sonho tão grande, que não passava disso, um sonho tão bom que ao mesmo tempo era tão duro…
Muitos anos a viver um sonho tão grande de mãos dadas com a In(Fertilidade). Um caminho tão longo, tratamentos falhados, perdas, muitas, muitas lágrimas, mas com o sentimento seguro de que um dia haveria de ser dia!
E não é que o arco-íris acabou mesmo por brilhar? O que é para ser nosso, acaba por chegar. Lutem, não desistam, acreditem muito. Se foi fácil? Não! Mas quem percorre este caminho sabe que, quando a vitória chega, não há nada que pague este AMOR ❤️ E O AMOR VENCE TUDO!
Só quando tiver o meu filho nos braços vou ter a certeza de que isto é mesmo real…
Termino estas palavras com uma Gratidão gigante por poder estar a viver esta fase da nossa vida. Nunca me esqueço de todos aqueles que continuam a percorrer este caminho: um abraço de coragem e ACREDITEM, ACREDITEM MUITOOOO.
Estamos a tentar engravidar há 7 anos. Um ano depois de tentarmos naturalmente, sem sucesso, começamos a ser acompanhados em PMA no CMIN, e assim foi durante 5 anos.
O diagnóstico era apenas que eu não ovulava. Começamos por coito programado, passámos para Inseminação e duas FIV sem sucesso. Os médicos apenas encolhiam os ombros, diziam que não percebiam o que se passava e à minha pergunta sobre se existia um exame para explicar as falhas de implantação, foi-me dito que não, que a explicação era que os meus óvulos não tinham qualidade.
Entretanto emigramos, mas o desejo de ter filhos não esmoreceu e, no meio de tudo, tive a sorte de encontrar uma equipa médica fantástica que fez todos os exames possíveis para detetar o motivo. E assim foi, após uma esteroscopia, foi-me detetada uma endometrite crónica que, segundo o que investiguei, poderia explicar as falhas de implantação.
Após tratamento e resolução, fiz mais uma FIV e o primeiro positivo chegou no dia 16 de Novembro de 2022. Infelizmente na primeira ecografia começaram os pesadelos pois não conseguiam ver os batimentos cardíacos. No entanto, como o feto era pequeno, poderia ser normal. Disseram para regressar ao fim de uma semana e nessa segunda eco as desconfianças confirmaram-se e o nosso mundo despenhou-se. Fui do céu ao inferno no espaço de um mês. Como foi aborto retido tive que tomar medicação para o sangramento ocorrer.
Foi um Natal muito triste pois já me tinha imaginado a contar a minha avó e à minha enteada, que tanto quer um irmãozinho. Teria sido triste em qualquer altura do ano, mas nesta altura tem um peso ainda maior.
Neste momento, a minha cabeça está recuperada, mas quando estou sozinha só me apetece chorar, parece que o meu coração vai rebentar.
Por um lado, fiquei feliz por ter tido uma explicação para a minha infertilidade, mas este acontecimento cravou uma faca no meu coração.
Não vou parar de tentar mas o medo só aumentou e às vezes chego a pensar se será saudável para mim.
O que me dá alento é ter um marido que me apoia, assim como os meus pais e uma enteada que me deu, inconscientemente, força para suportar todos estes anos e que é uma filha que tenho no coração.
Há mais de dois anos entrou nas nossas vidas a nossa Ana do Carmo.
Não foi fácil, mas nenhum filho nos facilita a vida. Logo logo quando ia desistir, ela finalmente apareceu e tem sido uma crescente emoção na nossa vida e na vida dela.
A nossa história começa com uns longos nove anos de namoro. Eu e o Martim casámos e, logo a seguir engravidei, mas infelizmente perdi o bebé às doze semanas. Foi um choque para mim (para nós) pois sempre idealizei ser Mãe de quatro… e achei que nunca teria problemas em engravidar. Mas a vida prega-nos destas partidas.
Foi um processo doloroso pois acabei por ter um parto normal, vi o meu bebé e tive de fazer duas raspagens no espaço de dois dias! Enfim, uma violência logo de início!
Mas, como sou uma pessoa positivista, logo a seguir comecei a pensar em engravidar novamente, mas descobri que também tinha hipotiroidismo, endometriose e pouca reserva ovárica. Assim, estive cerca de quatro anos para voltar a engravidar quer pela consulta de infertilidade no público, quer pelo privado: sempre a tentar e a ter desmanchos. Foram longos anos a fazer estimulação com injeções, se não me falha a memória foram três, pelo meio uma menopausa precoce… enfim… resumidamente: um filme.
No meio de tudo isto tinha uma grande vontade de adotar e o meu marido, que sempre me disse durante este processo todo que tinha casado comigo por mim e não para ter filhos, que se eles viessem tanto melhor
Até que em 2010/2011 metemos o processo de adoção, pensando até em adotar irmãos. Continuámos com o processo de infertilidade e, em janeiro de 2012, fiz uma FIV finalmente com 2 embriões e engravidei, não vingaram e, mais uma vez, a desilusão.
Mas, como a vida dá muitas voltas, tivemos uma surpresa no mês a seguir de fazer a FIV: engravidei naturalmente da minha primeira filha, a Constança. Um verdadeiro milagre da natureza, para nós, mas também para os médicos.
Foram 41 semanas de uma santa gravidez, embora com um mix de medo e felicidade, mas correu super bem. Pelo meio tive de comunicar às assistentes sociais que estava grávida e fomos aconselhados a suspender a adopção para “vivenciar” a gravidez. Embora não concordássemos muito, lá aceitámos.
A Constança nasceu e passado pouco tempo descobrimos que ela era surda. Lidámos muito bem com isso, dentro do que se pode lidar e partimos para a colocação de implantes cocleares…mas isto já dava outra história…o que interessava é que afinal tinha nascido uma filha que era o que mais queríamos!
Passado 9 meses de a Constança nascer, engravidei novamente e mais uma vez perdi. É aí que decidimos reforçar à segurança social a nossa vontade de continuar no processo de adoção e, até 2017, nada aconteceu.
A nossa Ana do Carmo chega quando menos esperávamos. Eu já tinha dito ao Martim que esperava até aos 45…depois disso desistia pois não fazia mais sentido. Mas eis que em Fevereiro de 2017 chamaram-nos para fazer uma formação e lá fomos nós sem expectativa nenhuma. Lembro-me de dizer ao Martim…”já não vai acontecer connosco, é tão difícil!!”.
Em Março desse mesmo ano, a 4 dias antes de fazer anos…estava a trabalhar e ligaram da segurança social a dizer que havia uma menina, fiquei a tremer de todos os lados…isto está mesmo a acontecer ?!?! Tinha metido o dia de anos de férias (meto sempre) e nesse mesmo dia lá fomos à segurança social e lá estava a foto com ela.
Em dois dias tivemos de decidir e em quinze dias tínhamos de lá estar a ir buscá-la! Foi um turbilhão de emoções, uma série de decisões a fazer, tais como logística (comprar bilhetes de avião, alterar o quarto delas para comportar mais uma), preparar a nossa filha Constança da vinda da irmã, etc e, por fim, lá fomos nós.
Mais giro ainda foi que a Ana do Carmo estava aos cuidados de uma instituição cuja Freira já de idade tinha sido Freira no Colégio onde o Martim tinha andado e inclusive ela fazia-lhe ovos estrelados quando o Pai se atrasava a ir buscar-lo. Que coincidência inacreditável!!!
Caíram os dois nos braços um e do outro, não se viam desde que o Martim era miúdo. E agora era ela quem cuidava da Ana e ficou super feliz por ficarmos com ela, dizia ela que levávamos um tesouro e nós tão contentes por sabermos que a Ana tinha tido tanto amor dela.
Ela começou de imediato a chamar-nos Mãe e Pai….pois a psicóloga da instituição trabalhou muito bem a integração, aliás ela ao terceiro dia de chegarmos, ficou a dormir connosco.
Não foi de todo um processo fácil, principalmente para ela: de repente vê-se com dois adultos estranhos….lembro-me que nem a mão queria para adormecer…para mim também era tão estranho…a Constança adora que lhe dê festas e a mão e a Ana nada…tirava a mão…
Mas agora já diz “mãe dá miminho e festinhas” ou então “Mãe, gosto de ti até à Lua” ou ainda “Gosto muito da minha família…” e começa a enumerar cada um de nós.
Desde então, tem sido uma descoberta e um crescimento fantástico, mas nem tudo é um mar de rosas, porque não é fácil de repente amar alguém de um dia para o outro. É um processo gradual de conhecimento mútuo, um amor que vai crescendo de dia para dia.
Hoje, já não vemos a nossa vida sem ela! A nossa querida teimosa Anocas
Quando um casal resolve procurar ajuda para a Infertilidade, o primeiro passo é contatar o seu médico de família. No entanto, as listas de espera do Sistema Nacional de Saúde levam, por vezes, à procura por ajuda em hospitais e clínicas privadas.
Embora sendo uma opção de custos avultados, compilámos uma lista de centros de procriação medicamente assistida:
Existem várias possibilidades que afetam a (In)fertilidade de uma pessoa ou casal. Estas podem, ou não, estar associadas a anomalias quer no sistema reprodutor feminino ou masculino. Para além disso, considera-se que em cerca de 30% dos casos, ambas as partes contribuem para a dificuldade em engravidar. Assim, a investigação deverá ser feita ao casal. Por isso, neste artigo, falaremos das possíveis causas e percursos na batalha com a infertilidade.
Entre outros, os fatores que afetam a infertilidade são:
Fatores femininos (cerca de 30% a 40%)
Disfunção ovulatória,
Lesão ou obstrução das trompas
Endometriose
Patologias e/ou anomalias no útero
Menopausa precoce
Fatores masculinos (cerca de 30% a 40%):
Alterações na qualidade do esperma
Disfunções na ereção e ejaculação
Patologias do testículo, dutos, epidídimo e próstata
Fatores Mistos (cerca de 20%):
Neste caso, os dois elementos do casal são responsáveis.
Tal como a gravidez, a infertilidade pode ser influenciada por fatores pessoais como:
A idade da mulher (de forma significativa depois dos 35 anos)
Consumo de tabaco, álcool e drogas
Medicação que a mãe esteja a tomar
Hábitos alimentares e estilos de vida
Etc.
Em aproximadamente 10% dos casos, não se conseguem apurar as causas.