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Perda gestacional tardia: causas e sintomas

Em muitos casos, não há razões, nem é atribuída uma causa, para a morte de um bebé no útero em fases avançadas da gravidez ou que levem à necessidade de uma interrupção médica da mesma.

Frequentemente, não receber uma explicação sobre as possíveis causas da perda gestacional tardia torna mais difícil a compreensão do que aconteceu. Devido a esta incerteza, muitos pais têm dificuladade em aceitar e processar esta traumática experiência.

Assim, para apurar as causas, é muito importante a realização de exames e investigação clínica.

Por isso, neste artigo, referimos um número de possíveis causas e sintomas associados a algumas delas. Posteriormente, certos estudos poderão usar esta informação para trabalhar na reducão de perdas deste género.

Possíveis causas da perda gestacional tardia

Apesar de muitas perdas continuarem inexplicáveis, há um número de possíveis causas:

  • Problemas na placenta

A placenta fornece nutrientes e oxigénio ao bebé, conectando-o à mãe. É, aliás, o que mantém o bebé vivo e é crucial para o seu crescimento e desenvolvimento.

O descolamento prematuro da placenta ocorre quando esta se separa do útero antes do bebé nascer. Ou seja, um impacto no estômago ou complicações ligadas à pré-eclâmpsia pode fazer com que isto aconteça.

Desta forma é importante conhecer os sintomas de um descolamento de placenta. Estes incluem:

  • dores nas costas e abdómen
  • contrações
  • ventre sensível
  • hemorragia vaginal.

Caso sinta algum dos sintomas acima, por favor ligue ao seu obstetra ou médico de família.

  • Movimentos Reduzidos – apesar de movimentos fetais não serem, em si, a causa da morte, são um sinal que o bebé pode não estar a receber comida ou oxigénio suficiente.

Logo, se notar diferença no padrão e rotina dos movimentos, por favor consulte o seu médico ou obstetra. Geralmente, movimentos podem ser registados algures entre as 16 e as 22 semanas.

Bem como outras, as possíveis causas da perda gestacional tardia estão também:

  • Infeções bacterianas: podem viajar da vagina ao útero, como por exemplo: clamídia, mycoplasma e e.coli. Igualmemte, outras infeções que podem afetar o bebé são: toxoplasmose, listeria, malária etc,.
  • Diabetes ou diabetes gestacional
  • Defeitos genéticos do bebé
  • Hemorragia antes ou durante o parto
  • Problemas com o cordão umbilical

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Como contar a amigos e familiares

Quando lhe dão a notícia de que o seu bebé faleceu ainda no seu útero, ou irá falecer em breve ou mesmo que terá de interromper a gravidez por razões médicas, uma das questões que pode colocar a seguir é como contar a amigos e familiares sobre a perda do seu bebé. Nas primeiras horas, poderá ser complicado. Logo que se sinta preparado, damos algumas dicas do que pode fazer para ser mais fácil:

  • Pedir ajuda quando precisar. Por exemplo: use um familiar em que confie para partilhar a notícia com a restante família ou amigos;
  • Em alternativa, uma mensagem para todos poderá chegar;
  • Se precisar ou quiser, pode também partilhar nas redes sociais para que possa revelar o que aconteceu e pedir que lhe deem espaço ou o(a) contactem para o(a) ajudarem.

Como contar a amigos e familiares sobre a perda do seu bebé: mais conselhos

Se o seu bebé tiver morrido perto da data prevista do seu nascimento, é comum que as pessoas a par da sua gravidez estejam à espera, entusiasticamente, por notícias boas. Assim, poderá ser um equilíbrio bastante delicado contar a amigos e familiares sobre a perda do seu bebé. Se ligar a familiares e amigos, pode, por exemplo, começar por: “Tenho notícias tristes”.

Assim, frases como esta poderão ajudar a definir o tom da conversa que se vai seguir. Ajudam ainda a reduzir o número de comentários e interjeições que serão custosas. Seja firme quanto ao tempo da conversa, explicando que será uma conversa breve. Isto pode ser não só pela quantidade de partilha, mas também para proteção pessoal.

Se a perda for neonatal, pessoas que estavam a par do estado de saúde do bebé podem também ter dificuldades em continuar uma conversa consigo.

É possível que os seus amigos e entes queridos não saibam bem o que dizer. As suas notícias são difíceis para eles também e poderão despertar experiências pessoais. Desta feita, poderá sentir-se culpado(a) e na situação de os confortar a eles. No entanto, é importante que se lembre que esta é a sua experiência e que esta é a altura para receber apoio e conforto em vez de se preocupar com os outros.

Peça ajuda, se precisar

Tente não sentir que tem de responder a todas as perguntas de toda a gente. Diga apenas o que achar melhor e conseguir. Mais tarde, haverá tempo e cabeça para partilhar mais detalhes e responder a pessoas.

Se precisar e puder, peça a família e amigos que tomem conta de crianças que possa ter ou ajudar em atividades caseiras, como trazer uma refeição ou até ajudar na lida da casa.

Frequentemente as pessoas vão querer ajudar e agradecem instruções claras. Se deixar outros filhos com avós ou familiares próximos, poderá também pedir-lhes que expliquem o que aconteceu e que os pais estão a resolver as coisas antes de voltarem para casa.

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Despedir-se do seu bebé

Durante a vida, nenhum pai ou mãe pensa, ao ver um teste positivo, que vai ter de dar à luz. Muito menos despedir-se do seu bebé ou ter de organizar um funeral para ele.

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Por um lado, pode ser uma ação extremamente dolorosa. Por outro, para muitos pais esta ação pode trazer conforto; uma forma de honrar e dizer adeus ao seu bebé e de lidar com a sua dor.

No entanto, saiba que não há ações certas ou erradas. Cada pessoa faz o seu luto de maneira diferente e o facto decidir não fazer nada não significa que não ame o seu bebé. Para além disso, existem várias fases e poderá sempre homenageá-lo mais tarde, quando se sentir preparado(a).

Despedir-se do seu bebé: O que pode fazer durante a altura do parto:

Ver e/ou pegar no seu bebé

Se o seu bebé ter vivido por algum tempo ou ter sido admitido numa unidade neonatal, pode ter tido a oportunidade de pegar e embalar o seu bebé antes de ele morrer.

Por outro lado, se o seu bebé morreu antes ou durante o parto, as perguntas serão diferentes. Provavelmente irão perguntar se deseja ver e/ou pegar no bebé. Contudo, é importante saber que despedir-se do seu bebé desta forma é uma escolha completamente pessoal. 

Deste modo, se quiser ver e não lhe perguntarem, não tenha medo de perguntar por isso e o profissional de saúde irá organizar isso para si.

Ainda assim, se não quiser ver/pegar no seu bebé ou se sentir muito ansioso(a), poderá fazer alguns pedidos. Isto é importante para quando, numa fase posterior, se sentir preparada e quiser ver. Tal como esta decisão, pode ainda pedir para:

  • guardar uma madeixa de cabelo;
  • a enfermeira tirar uma fotografia, nem que seja a um pé ou uma mão;
  • uma descrição para se assegurar que não há anomalias visíveis antes de o ver;
  • ver apenas um pé ou uma mão.

Por favor, note que não há decisões erradas. A pressão e a angústia com que se lida com estas situações faz-nos tomar as decisões que necessitamos para sobreviver ao trauma que estamos a viver.

É muito importante também lembrar-se que a sua escolha pode ser diferente à do seu parceiro(a). Igualmente, cada um tem de decidir o que é certo para si.

Dar um nome ao bebé

Muitos pais decidem dar um nome ao bebé, o que lhes dá uma identidade e pode tornar mais fácil referir-se a ele.

Por exemplo, alguns pais continuam a usar a alcunha ou diminutivo que usaram durante a gravidez. No evento de um bebé ser extremamente prematuro ou morrer antes do parto, pode ser difícil determinar o género. Por isso, pode ser mais simples escolher um nome que se atribua a ambos os sexos.

No entanto, pode também preferir não dar nome ao bebé, pelo menos não nesse momento, e essa escolha é também válida.

Lavar e vestir o bebé

Para muitos, dar banho ao bebé é uma oportunidade especial para sentirem que estão a ser pais e criarem memórias. Simultâneamente, pode ser uma forma de se despedir do seu bebé. Assim, se quiser, poderá fazê-lo ou até pedir a uma enfermeira(o) para a ajudar. Note que os procedimentos poderão mudar de hospital para hospital.

Por exemplo, pode trazer também uma roupa para o bebé. Dependendo da condição do seu bebé, pode tornar difícil vesti-lo. Por isso, pode sempre embrulhá-lo num cobertor. No caso de preferir, uma enfermeira(o) ou parteira(o) poderá ajudá-la a fazer isto.

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Perda gestacional: o nascimento do seu bebé

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Pensar que vai ter de dar à luz ao seu bebé depois de receber más notícias, vai soar como se lhe estivessem a pedir o impossível. Por isso, e especialmente na altura do nascimento do seu bebé após a perda gestacional, é muito importante ter apoio.

Por exemplo, pode ser útil ter uma ou duas pessoas consigo, se possível.

No caso dos parceiros (as), é normal que se sintam um pouco como espectadores durante o parto e debaterem-se com vários sentimentos conflituosos. No entanto, de facto, muitos pais admitem ser importante a sua presença durante o nascimento.

Nascimento do seu bebé após a perda gestacional: Se for induzido…

A forma como o seu parto será induzido depende do estado da sua gravidez. Normalmente, há medicação que lhe podem dar para preparar o útero para a indução. Como este processo pode demorar algum tempo, a maior parte das mulheres vai para casa durante este tempo e volta passadas 48 horas.

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Contudo, se a ideia de ir para casa for demasiado para si, pode pedir para ficar no hospital. Nestas situações, é provável que a equipa consiga organizar a estadia.

Uma vez no hospital, a indução acontece através de comprimidos. Estes podem ser combinados com gel ou pessários que são inseridos na vagina. Uma vez que será necessário estimular as contrações, poderá também precisar de medicação intravenosa.

Já em trabalho de parto, a maioria das mães dá à luz no decorrer das primeiras 24 horas. Aqui, a equipa de enfermagem poderá dar-lhe informação sobre o que irá acontecer e como poderão ajudá-la. No entanto, se tiver questões, por favor coloque-as, especialmente se for o seu primeiro filho.

Quando vai para casa até o útero estar pronto

Até o útero estar pronto, que por norma ronda as primeiras 48 horas, é lhe recomendado ir para casa. Enquanto esta escolha soa demorada, muitos pais reconhecem que este tempo é precioso para se prepararem para o que vai acontecer. Durante este tempo, a parteira ou enfermeira(o) irá dar-lhe um contacto no hospital que poderá ligar a qualquer altura para dúvidas ou preocupações. Irão também informá-la de quando terá de voltar e onde se dirigir.

Nestas condições, é preferível não vá para casa sozinha. Isto porque o choque e a  angústia podem afetar a sua capacidade de julgamento e concentração. Assim, é especialmente desaconselhado conduzir.

O que levar para o hospital?

Se quiser, pode levar algumas coisas especiais para o seu bebé. Por exemplo, algo para o vestir ou algo onde, talvez, queira guardar uma madeixa de cabelo. Caso deseje, pode também levar um smartphone/câmara, se quiser tirar fotografias.

O que esperar?

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Diferentes mulheres experienciam diferentes níveis de dor durante o parto. É normal algumas mulheres sentirem dor mais intensa, se estiverem assustadas ou nervosas. Um parto induzido é, por norma, mais doloroso do que um parto que começa naturalmente. Costuma também ser mais demorado, especialmente se for bastante prematuro.

Por isso, e como vai sentir dores, pode escolher ajuda adicional com medicação, adaptável durante o parto.

Podem ser desde medicamentos para as dores ou epidural. No evento de tomar medicação forte, como diamorfina, poderá sentir desorientação mesmo depois do parto e não se recordar de nada.

Por outro lado, se optar pela epidural, vai recebê-la através de uma injeção na zona lombar. Esta vai remover toda a dor e será administrada consoante a necessidade.

Caso deseje medicação durante o nascimento do seu bebé após a perda gestacional, consulte o seu médico/enfermeiro para receber o máximo de apoio possível.