Perdi o meu primeiro bebé em Janeiro de 2021, às 7 semanas.

Soube, desde o primeiro momento, que a minha dor só iria diminuir quando conseguisse cumprir o meu desejo de ser mãe, pensamento um pouco egoísta, talvez, porque o meu arco-íris não substitui o meu primeiro bebé.
Dois meses após a perda, começámos a tentar, mas a minha própria pressão era tanta que não me deixava conseguir engravidar. Passaram 7 meses e o meu positivo não chegava.
Ao oitavo mês, decidi desistir e deixar nas mãos de quem me dá sentido à vida decidir se eu ia, ou não, ser mãe. Nesse mês, engravidei.
Outubro de 2022.
O meu namorado soube primeiro que eu, insistia que eu estava grávida mas eu nem queria fazer o teste. Tive um atraso, testei e o positivo estava lá. Não quis acreditar.
A primeira coisa que disse ao meu namorado foi: “Não me quero mexer. Não quero fazer nada que me possa fazer perder o bebé”. Foram 9 meses muito intensos, com indícios de pré-eclâmpsia, com paralisia facial, com um aumento excessivo de peso e com muita, mas muita ansiedade.
No final correu tudo bem. A minha bebé está aqui, linda e a mostrar-me que o amor existe. Trouxe um bónus, uma manchinha no pulso, onde eu também tenho uma, em forma de coração. Cada vez que olho para ela, tenho a certeza que o irmão ou irmã, a enviou e enviou com ela a mensagem mais bonita de amor que existe.
Esse bebé não está cá, mas é meu filho e amo-o como amo a minha arco-íris e ele retribuiu-me esse amor.
Não deixem de acreditar. O que é nosso volta sempre e, se não voltar, fica o amor no coração.