Olá a todas.
Gostava também de contar a minha história. Sou a Ana Sofia Silva tenho 35 anos. Durante seis anos andei na luta com a infertilidade.
Passei por alguns tratamentos de fertilidade. Mudei para uma clínica em Lisboa onde consegui o meu positivo em junho de 2020. Passei uma gravidez tranquila. Vim para casa às 16 semanas.
Trabalho no atendimento ao público. Vim para casa por causa da covid. Estava tão feliz.
Passei o meu tempo em casa a decorar o quartinho a tratar de tudo para o meu menino.
No dia 15 de janeiro de 2021 fui ao hospital privado consulta das 36 semanas está tudo bem, mas estava com algumas contrações. Não tinha dor. A médica mandou-me fazer repouso e tomar um medicamento para as contrações diminuírem. Tomei a medicação e vim para casa.
No dia seguinte, o bebé mexia muito, mas como ele se mexia muito normalmente achei normal. Na tarde de sábado achei que se estava a mexer menos, mas a médica disse que era normal. A medicação ia baixar-me as tensões e eu pensei que fosse disso.
Quando fui à consulta das 37 semanas fui fazer as cintas e a enfermeira não estava a encontrar batimentos. Entretanto chegou a médica eu já estava em pânico e confirmou que o bebé não tinha batimentos cardíacos.
Como é possível perguntei eu. Estava tudo tão bem. Estava tudo pronto para ele nascer por volta das 38 semanas.
O meu mundo desabou. Fiz uma cesariana.
Quando acordei ainda tinha a esperança que ele estivesse ao meu lado vivo, que tudo fosse um mero engano. Não consegui ver o meu bebé. Na altura pensei que seria o mais apropriado uma vez que ia ter que me levantar depois desta perda. E não sabia se o conseguia fazer se o visse.
Hoje não sei se o deveria ter visto. Passaram 7 semanas. O meu coração está despedaçado. Nunca pensei que estas coisas aconteciam. A médica disse que foi o cordão à volta da barriga. Mandamos fazer autópsia. Ainda não sabemos o resultado. Olho para as outras pessoas com os seus bebés e digo muitas vezes: como é que é possível isto ter acontecido?
Os bebés não morrem.
Tenho tudo no quartinho do Tiago, na esperança de voltar a ser mãe. Sou mãe de um anjo. Sou mãe de colo vazio.
Beijinhos obrigada
6 comentários a “Ana Sofia”
Olá, por aqui nem consigo imaginar essa dor. O facto da mamã não querer ver o seu bebé não importa, só fez aquilo que o seu coração achou melhor na altura e já passou. Nós tivemos 3 perdas, uma ás 10, uma ás 8 e uma última ás 6 semanas e de todas elas o nosso mundo desabou. Desistimos até do sonho confesso…
Hoje sou mãe de uma bebé linda com quase 2 anos, e sei e sinto que ela estava à minha espera.
Tudo a correr bem ♥️
Olá
A dores que ninguém devia viver…
Eu dez anos no mundo da infertilidade, até chegar a doação de óvulos. Depois de centenas sim centenas de testes negativo s tive o meu primeiro positivo, duas linhas eu via duas linhas, estávamos a viver um verdadeiro sonho… Até que passaram ,6 semanas e comecei a sangrar… Perdio sem o ver, hoje é o dia que choro por ele. Já voltei a fazer uma nova FIV por DO mas com resultado negativo. Já não tenho esperança em mais nada….
Olá Ana, lamento que tenhas passado por isso e não imagino a dor de perder um bebé de termo, também perdi o meu às 15 semanas e uma semana antes estava tudo bem, passaram meses e ainda choro, a dor vai diminuir mas estará sempre presente, que consigas arranjar conforto e coragem neste período tão difícil, um abraço virtual apertado.
Um grande beijinho e um abraço muito apertadinho ❤️
Perdi o meu vai fazer dia 14 quatro meses, com 6 semanas e a dor continua bastante presente.
Não estáe sozinha e vais ficar bem, com o teu anjinho sempre por perto.
Querida Ana, sei bem o que estás a passar. Nós lutamos 5 anos contra a infertilidade, a minha filha veio de forma natural, como um milagre, após todos os tratamentos possíveis. Na minha gravidez correu tudo bem e a Nina nasceu com 38+1, completamente perfeita, apgar 10!! Três dias depois o meu mundo desabou ao descobrir que tinha uma malformação no cérebro… passou por duas cirugías mas o seu corpinho não aguentou e tive-mos que desligá-la. Já passaram 6 meses de uma dor que ninguém merece. Só queria que soubesses que não estás sozinha e que mereces ser feliz. Um grande abraço aos pais e ao vosso Tiago no céu.
Ola Ana, não estás sozinha nessa dor … mas a minha foi agridoce!
Estava grávida de gémeos, e a minha Camila faleceu com 29 semanas, comecei a entrar em trabalho de parto por causa dela e nasceu o meu Vicente com 30 semanas. Que tem sido o maior guerreiro que conheço! No meio da dor veio colar os pedacinhos do meu coração.
Tento não pensar muito na perda, mas há momentos em que não é possível, há dias em que me lembro que ela existiu, que ouvi o coração dela bater, que foi amada e será sempre parte de mim….
Está dor estará sempre comigo por muito feliz que esteja com o meu ratinho que há um mês que está internado.
Muita força, um beijo enorme e um abraço apertadinho