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A perda gestacional na visão de um pai: testemunho

As palavras que se seguem são do pai do Miguelito, a quem muito agradecemos a partilha do seu testemunho e a quem enviamos um enorme abraço. O Miguelito nasceu cedo demais no dia 13 de novembro de 2021 e deixou uma enorme saudade no coração dos seus pais.

De pai para pai…o que é possível fazer após a perda gestacional:

Não há forma certa de sentir ou viver o luto, mas é importante não julgar e estar ao lado da nossa esposa/mãe.

O sofrimento da perda é grande e, com o tempo, encontramos formas de seguir em frente sem esquecer o nosso filho.

Falar sobre o bebé, recordar todos os momentos que passamos “juntos” para manter a memória viva.

Procurar grupos de apoio (como o Amor para Além da Lua) para partilhar os seus sentimentos e não passar apenas esse papel para a mãe.

Honrar a memória do nosso bebé com pequenos gestos.

Que mesmo sem os nossos filhos nos braços, continuamos a ser pais, uma vez que o amor que sentimos por eles nunca desaparecerá.

Apoio recebido e que gostaria de ter recebido por parte da sociedade/família/hospital

 O que recebi:

  • Sociedade: Apoio dos grupos de apoio de pais que passaram pela mesma situação e os seus testemunhos.
  • Família: Apoio emocional sem pressões dos familiares mais chegados, que mesmo estando a sofrer com a perda, estiveram presentes para nos ajudar a ultrapassar o momento.
  • Hospital: Empatia e humildade da equipa médica que nos acompanhou no Hospital de São João, que nos colocaram num quarto da maternidade isolados, os gestos e sensibilidade que tiveram ao tratar do nosso filho e permitirem acompanhar todo o momento do parto.

O que gostaria:

Reconhecimento do luto paterno, com uma licença de luto para ter tempo para viver o luto no momento.

Muitas vezes, no meio do choque e da dor, não conseguimos pensar em criar memórias naquele momento, e depois, mais tarde, sentimos falta de algo para recordar. A criação das “caixas de memórias” com fotografias, pegadas, entre outros, podem fazer a diferença, e que os hospitais podiam ter algo mais preparado para esse efeito. 

O mais difícil de gerir enquanto pai/parceiro após a perda

Sentir que a sociedade não valoriza/entende a dor da perda de um pai, que mesmo não estando com o bebé no nosso ventre, já o amamos incondicionalmente.

Ver o sofrimento da mãe/esposa e não conseguir aliviar essa dor.

O medo do futuro.

O que mais ajudou após a perda…

Ver os testemunhos de outros pais que também passaram pelo mesmo, perceber que não aconteceu só a nós.

O apoio dos grupos socais/reuniões como do Amor Para a Além da Lua, onde partilhamos as nossas histórias e o apoio entre nós.

O apoio da psicóloga do hospital de São João.

Ultrapassar este momento com a pessoa que eu amo.

Pai do Miguelito

Apoio aos pais

A todos os pais, saibam que não estão sozinhos!

Procurem ajuda, se precisarem.

Outros apoios para pais (instagram Pais maiores: homens em luto gestacional)

Se quiser, poderá também partilhar algumas palavras/testemunhos/conselhos, bastando para isso que nos envie e-mail: amorparaalemdalua@gmail.com

Estamos aqui!

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